domingo, 7 de novembro de 2010

Como Incorporar a Carne de Rã ao Cotidiano

Para incentivar cada vez mais a prática da ranicultura e consequententemente o consumo da carne de rã, postarei uma série de receitas fáceis, rápidas e muito saborosas, utilizando este tipo de carne.
Recomendo a todos ... Experimentem!!!

Rã ao molho especial



Ingredientes:
  • 500g de rã

  • 1 cebola picada

  • 1 cenoura picada

  • 2 dentes de alho picados

  • 1 colher de sopa de manteiga

  • 2 colheres de sopa de azeite

  • Suco de 1 limão

  • 1/2lata de molho tomate c/ pimentão

  • 1 colher de chá de maizena

  • sal, ervas finas, manjerona, pimenta do reino

  • 1 copo de vinho tinto seco.


  • Modo de Preparo:

    Tempere as rãs com o sal, ervas, manjerona, pimenta e o suco de limão e deixe descansar por 30 min;
    Derreta a manteiga, junte o azeite e doure os alho e a cebola, quando estiver semi-dourados, tampe a panela e deixe refogar em fogo baixo por 5 min, acrescente a cenoura e deixe por mais 10 min;
    Coloque as rãs sem o caldo, doure as, depois acrescente o caldo, o vinho e o molho de tomate, deixe cozinhando em fogo médio por 25 min;
    Separe um pouco do molho e dissolva a maizena, junte tudo para engrossar o molho da panela.
    Depois é só saborear ... bom apetite.

    segunda-feira, 1 de novembro de 2010

    Rã-Touro

    As rãs possuem importância econômica por possuírem carne muito apreciada pelo homem, além de serem historicamente empregadas nas pesquisas biológicas, farmacêuticas e medicinais como cobaias.
    Diferente dos sapos, que pertencem a família dos Bufonidae, as rãs comestíveis são aquelas espécies que possuem peso acima de 50 gramas quando adultas. No Brasil, existem várias espécies de rãs de grande porte, que pertencem a família Leptodactylidae (rã-manteiga, rã-pimenta, gia, etc.). No Peru existe a famosa rã do lago Titicaca, que pertence a família Pipidae. A maior rã do mundo Rana Goliath vive exclusivamente nas florestas da Mauritânia (África), pertence a família Ranidae.
    Família: Ranidae;
    Gênero: Rana;
    Espécie: catesbeiana;
    Nome comum: rã-touro.
    As espécies da família Ranidae (inclusive a rã-touro),  se diferenciam das espécies da família Leptodactylidae (dedos terminados em ponta) por possuírem membranas natatórias entre os dedos, (tipo pé-de-pato). A Rana catesbeiana é originária da América do Norte, mas foi introduzida no Brasil por empreendedores que viram nesta espécie grabdes potencialidades comerciais pelas qualidades nutricionais e sabor delicado de sua carne. O corpo da rã é coberto por um tecido epitelial fino e flexível (pele),  responsável, não só pela barreira contra organismos infectantes, mas também pela absorção de água (não bebem) e complementa na respiração (cutânea). Na rã-touro existe o dimorfismo sexual (diferenças morfológicas entre machos e fêmeas), o tipo de gônada presente no animal (testículo ou ovário) é a sua característica sexual primária e a secundária é aquela que indica, externamente, qual é o seu sexo.
    Os caracteres secundários podem variar de intensidade quando se aproxima o período reprodutivo, tornando-se mais conspícuas quando a rã está apta para o acasalamento. Os machos da rã-touro possuem uma esponja ou calo nupcial no polegar, a região gular com tonalidade amarelada mais forte e um diâmetro do tímpano maior do que as fêmeas. Em rãs adultas o esqueleto é ossificado; as extremidades de alguns ossos mantém a cartilagem da fase larval (quando o esqueleto era cartilaginoso). A estrutura óssea contribui com 6,5% do peso vivo do animal.
    O ciclo de vida das rãs, como na maioria dos anfíbios, inicia-se na água; esses animais mantêm uma estreita relação com o ambiente aquático durante boa parte de sua vida. Para se reproduzirem preferem pequenas lagoas ou poças d’água, onde darão origem aos girinos. Para que as rãs reproduzam, deverão atingir a maturidade sexual e estar em ambiente com condições propícias. De um modo simplificado, o ciclo de vida das rãs pode ser assim representado:
    Fonte: LIMA, S.L., & AGOSTINHO, C. A.  A Tecnologia de criação de Rãs.Imprensa Universitária/UFV, 1992. 168p.:il.
    Quando as rãs atingem a maturidade sexual, inicia-se o cortejo nupcial, isto é, o macho delimita o seu território e canta para atrair a fêmea.  Durante a reprodução da rã-touro, o acasalamento ocorre com o casal semi-submerso, algumas vezes apoiando-se no fundo ou na vegetação, mantendo as narinas e os olhos na superfície. O macho abraça a fêmea pelas costas, fixando-se na região axilar e comprimindo-a. Simultaneamente e em ritmos compassados, o casal libera os gametas e distendem as patas para espalhar a desova pela superfície. Neste momento, ocorre a fecundação dos óvulos pelos espermatozóides.
    Após a fecundação, o ovo inicia seu desenvolvimento de embrião para larva que apresenta botão caudal, batimentos cardíacos e brânquias externas (início). Gradativamente, começa a crescer e a se modificar; as brânquias passam a funcionar dentro do corpo, permanecendo a abertura do sifao lateral, por onde ocorre o fluxo da água, que entra pela boca e passa pelas brânquias, possibilitando a respiração. Nesta oportunidade, a larva modifica a forma do corpo e ganha a denominação de girino. O girino passa então por um processo fisiológico contínuo, denominado metamorfose, que consiste na modificação da morfologia e fisiologia das rãs, para possibilitar a sua sobrevivência no ambiente terrestre. É subdividida nas fases pro-metamorfose, pré-metamorfose e clímax. Entretanto, pode ser dividida nos seguintes estádios:
    G0- Primeiros dias de vida (até 1 grama), se alimenta de microorganismos (bactérias, fungos, algas) flutantes (planctônicos) ou aderidos na vegetação e outros substratos (perifiton). Nos ranários passam a receber gradativamente ração em pó.
    G1- fase de crescimento onde ainda não se iniciou a metamorfose. Neste estádio, em algumas espécies de rãs, já ocorre o desenvolvimento do pulmão, o que possibilita ao girino respirar quando vem á superfície.
    G2- Inicia-se a metamorfose: os membros se desenvolvem e já podem ser observados como dois pequenos apêndices na parte posterior do corpo.
    G3- As patas posteriores agora já se exteriorizam quase totalmente, mas ainda não estão completamente formadas. Inicia-se a pré-metamorfose.
    G4- Os girinos aproximam-se do clímax da metamorfose. As quatro patas estão totalmente prontas, as posteriores já têm a forma das pernas do adulto.
    G5- É o clímax da metamorfose. Nesta fase, as patas anteriores exteriorizam-se. A cauda, ainda grande, afila-se, e vai sendo absorvida, gradativamente, fornecendo energia para o animal que, enquanto isto, não se alimenta. As principais modificações que ocorrem durante o clímax da metamorfose estão relacionadas com a respiração, a circulação, a digestão, os órgãos dos sentidos (olfato, visão) e com os membros.O imago deixa o ambiente aquático para viver no terrestre, trata-se de rãzinha recém-metamorfoseada, que apresenta a forma do corpo totalmente semelhante à do adulto, porém imatura sexualmente. As modificações são intensas. Enquanto na fase aquática a respiração era branquial e o coração semelhante ao dos peixes, com duas cavidades, na fase terrestre o coração terá três cavidades e a respiração, além de pulmonar e cutânea, dá-se na região gular (papo), onde ocorre a hematose, graças à grande vascularização nesta região e aos movimentos oscilatórios quando a rã infla e esvazia o papo periodicamente.
    O aparelho digestivo também irá se modificar porque o alimento que o girino consome, no ambiente aquático, geralmente é constituído de algas, bactérias, fungos e outros microrganismos, que são encontrados nos substratos e no meio aquático. Na fase terrestre, alimentam-se de insetos, crustáceos, anelídeos, moluscos e pequenos vertebrados.
    Texto: Samuel Lopes Lima; Onofre Maurício de Moura; Eduardo Mendes Ramos.

    segunda-feira, 11 de outubro de 2010

    Canais de Comercialização

    No que concerne à comercialização, existe um amplo conjunto de produtos e subprodutos da ranicultura com potencial econômico, envolvendo animais vivos e/ou abatidos. É pratica comum entre os ranicultores o fornecimento mútuo de girinos e imagos para a respectiva cria e recria, havendo, contudo uma tendência à especialização. Em breve, a reprodução (para obtenção das desovas) e criação de girinos ficarão restritas aos grandes ranários, que fornecerão os imagos para ranicultores que possuirão apenas as instalações de recria (recriadores).
    A rã viva tem sido exportada para os Estados Unidos, onde os restaurantes especializados na cozinha oriental absorvem grande quantidade do produto. Além disso, existe demanda de animais vivos para estudos e experiências laboratoriais, e para compor o plantel de reprodutores de novos criatórios.
    O principal produto da atividade é a carne de rã, que é comercializada fresca, congelada ou processada, cujo excelente sabor e qualidades nutricionais, tem propiciado crescimento considerável do seu consumo, não obstante às restrições de preço. A coxa é à parte de maior aceitação, embora no Brasil esta preferência não seja tão acentuada como no mercado internacional, onde praticamente não se consome o restante da carcaça.
    A distribuição da produção se faz conforme esquematizado na Figura 1. O ranário completo possui basicamente três produtos: girinos, imagos e rãs. Os dois primeiros são vendidos a outros ranicultores que darão continuidade ao processo produtivo. As rãs são entregues aos abatedouros (industria de abate) que por sua vez, fornecem a carne aos varejistas que as venderão ao consumidor final. Certamente este procedimento pode ser alterado quando o fornecimento se faz diretamente ao consumidor ou ao varejista, ou mesmo do abatedouro para o consumidor, conforme ilustram as setas pontilhadas.
     

    O fornecimento direto do produtor ao consumidor é explicado pela tentativa de se evitar a intermediação freqüentemente prejudicial ao produtor. No entanto, as condições inadequadas de abate, comprometendo a qualidade do produto, e o desvio da atenção do ranicultor para outras tarefas tem, via de regra, levada esta tentativa ao fracasso. O problema da intermediação tem sido superado via associação de produtores para constituir sua própria unidade de processamento e comercialização.
     

    quarta-feira, 15 de setembro de 2010

    RANABOX

    Criado pela empresa Ranamig, referência mundial em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a criação animal, o Sistema Vertical Ranabox revolucionou a pecuária de pequeno porte e, principalmente, a ranicultura, que antes exigia um investimento inicial muito alto e uma grande área disponível para funcionamento.
    Com grande simplicidade e imaginação, o invento reduziu e eliminou diversos problemas ocorridos na criação de diversos animais, como a dificuldade de climatização, ataque de predadores, grande espaço físico, falhas no manejo e canibalismo, atingindo hoje um alto nível de perfeição, jamais alcançado por outras tecnologias.

    O SVR é adaptável para animais aquáticos e terrestres, sendo que já foi testada, com resultados positivos, a criação de rãs, peixes ornamentais, alevinos, camarões, escargots, galinhas, faisões, patos, gansos, pássaros, coelhos, hamsters e outros.
    O equipamento consiste em bandejas aquáticas lisas, construídas em poliestireno de alto impacto, dispostas verticalmente e encaixadas em uma estrutura de tubos de PVC, possuindo alta capacidade de produção (até 100 rãs por andar).
    No centro das bandejas, passa um tubo de descarga, que, ao ser acionado, elimina todas as sujidades dos animais. O abastecimento é feito através de um registro, que injeta água em todos os andares, sendo controlado por níveis que eliminam a possibilidade de transbordamento.

    Benefícios de Consumo

    - É macia e de fácil digestão;
    - O sabor é semelhante à carne de frango e de peixe;
    - Possui baixo teor de gorduras e colesterol;
    - É rica em vitaminas, proteínas e sais minerais;
    - Possui alto valor energético;
    - Contém antibióticos naturais;
    - Combate a desnutrição;
    - Aumenta a taxa de glóbulos brancos na corrente sanguínea;
    - É indicada para dietas de emagrecimento;
    - É usada para tratar problemas respiratórios e gastrointestinais;
    - Seu uso contínuo previne o surgimento de acnes;
    - Combate a rejeição à proteína animal;
    - Auxilia na recuperação de pessoas submetidas à quimioterapia;
    - Contém 10 aminoácidos essenciais à vida que organismo humano não produz.

    RANICULTURA

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    Degustar a carne de rã é um hábito tão saudável quanto antigo. Já era citado por Heródoto em seus escritos como fina iguaria que os gregos serviam aos comensais em comemorações da mais distinta e elevada sociedade. Consta que na China a rã é considerada como alimento a mais de quarenta séculos.
    Nas migrações européias do século XIX, italianos, franceses, alemães, suíços, belgas e outros povos difundiram o hábito do consumo da carne de rã como alimento nos Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Chile e Argentina. No Brasil o costume de comer carne de rã não se deve exclusivamente ao imigrante europeu, de vez que nossos índios já utilizavam os anfíbios em sua alimentação.
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    Ao contrário de outros países que praticam a caça ou cultivo extensivo, o Brasil, por sua vez, procurou desenvolver a tecnologia de criação em cativeiro, primeiramente através dos esforços isolados de criadores independentes, mais tarde com a efetiva participação de Instituições de Pesquisas, como Universidades e outros.
    A ranicultura no Brasil, teve início na década de 30 com a introdução em 1935 da rã-touro (bullfrog), Rana catesbeiana, por Tom Cyrill Harrison técnico canadense em ranicultura. É citado como primeiro registro histórico a implantação do Ranário Aurora, no Estado do Rio de Janeiro, que consistia de uma área cercada com chapas de zinco, rica em vegetação e com água abundante.
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    Na década de 70, novos modelos de ranários foram propostos. Baseado na experiência de criadores, surgiu o modelo chamado Tanque-ilha, escavado no solo e contendo no centro da escavação uma ilha onde se colocavam carcaças ou outros restos que atraiam insetos para a alimentação dos animais.
    A tecnologia de criação de rã teve seu maior avanço a partir da década de 80, quando pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia propuseram as baias de recria denominada de “Confinamento” forçando o abandono do Tanque-ilha, tipo de instalação até então utilizada. Esse tipo de ranário era constituído por compartimentos com formato retangular, cercados por placas pré-moldadas de argamassa armada e cobertos com telhas de fibrocimento e telas de náilon, piso em cimento e, piscina que ocupa cerca de 25% da área da baia.
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    A partir daí, outras propostas de instalações para ranário surgiram, resultando em melhorias consideráveis nos índices zootécnicos na fase de recria. Entre essas destaca-se: o “Sistema Anfigranja”.